domingo, outubro 12, 2003




Os Indiozinhos

Era uma vez, uma aldeia onde viviam muitos indiozinhos. Viviam brincando, sem maiores preocupações com a vida. Enfim, eram felizes.

Era uma aldeia onde só se bebia água. Nada mais que isso. Aliás, água era a única bebida que os indiozinhos conheciam.

Até que um certo dia, um homem misterioso chegou na aldeia e ofereceu algo para um indiozinho beber. O indiozinho primeiramente rejeitou, estranhando a coloração daquilo que o estranho lhe oferecera. Em toda sua vida só havia bebido água. Mas o estranho insistiu. E ele acabou aceitando. Tomou um gole. Estranhou. Tomou outro gole. O sabor parecia bom. Então tomou outro, e mais outro... e mais outro... Bebeu o copo inteiro. Adorou. Perguntou para o estranho se ele tinha mais. Ele disse que não, mas que poderia arranjar. Então o estranho foi embora com a promessa de retornar com mais daquela bebida maravilhosa.

O jovem indiozinho contou à todos de sua tribo da bebida maravilhosa que havia tomado. Todos ficaram espantados, pois julgavam que não existia outra bebida no mundo senão água. Mas acreditaram no indiozinho. E aguardaram ansiosamente pelo retorno do misterioso homem que havia trazido aquela tal bebida maravilhosa.

No dia seguinte o homem retornou a aldeia. E trouxe consigo mais daquela bebida maravilhosa. Na verdade trouxe um caminhão cheio dela. E distribuiu-a para todos os indiozinhos. Eles tomaram a bebida maravilhados, com exceção de um jovem indiozinho, que preferiu continuar tomando apenas água. Esse jovem indiozinho, que não tomou aquela bebida maravilhosa, foi ridicularizado por todos. Todos caçoavam do indiozinho. Diziam que ele não sabia o que estava perdendo. Mas o indiozinho manteve sua posição e continuou tomando apenas água.

Os dias foram passando e a mesma cena se repetia. Todo dia, aquele homem bom vinha com um caminhão cheio daquela bebida. E os índios bebiam até a última gota. Apenas aquele jovem indiozinho não bebia. Continuava tomando apenas a boa e velha água. E continuava também sendo ridicularizado pelos outros indiozinhos. E esperavam a volta do homem bom com mais um caminhão de bebida.

Até que um dia o tal homem bom não voltou. Os indiozinhos, que já haviam se habituado com a sua presença diária na aldeia, estranharam. E ficaram apreensivos. Sabiam que se o homem bom não viesse, nada de bebida. E sem bebida, começaram a ficar nervosos. Começaram a discutir entre si as razões do homem não ter voltado. Daí para começarem a pura e simplesmente discutir, foi um passo. Um indiozinho culpava o outro. Houve até um principio de briga, mas que acabou sendo abafado. Os indiozinhos apenas concordavam num ponto: eles precisavam daquela bebida. De qualquer maneira. Haviam ficado viciados. Decididos, os indiozinhos resolveram sair da aldeia em busca do homem que trazia a bebida.
Apenas ficou na aldeia aquele jovem indiozinho que só tomava água, o único que não tinha provado da bebida.

Já fora da aldeia, embrenhados na floresta, os indiozinhos resolveram se separar. Cada um foi para um lado procurar o homem da bebida. Qual não foi a supresa deles quando ouviram um barulho de tiro. BUM! E em seguida um gemido. Era o grito de dor de um indiozinho, que acabara de ser baleado. Só aí eles perceberam. Só aí eles se deram conta do que estava acontecendo.

Aquilo era uma armadilha.

Mas só se deram conta disso tarde demais. Sozinhos, sem suas lanças, os indiozinhos eram presas fáceis. Não tinham como se defender. E foram morrendo um a um.

O homem bom que trazia a bebida, na verdade não era bom. Havia sido contratado por uma empresa, com o único intuito de exterminar todos os indiozinhos daquela região.

A bebida - que acabou viciando os indiozinhos - era a cerveja.

Lembra do jovem indiozinho, que só tomava água? Ao perceber a chegada dos estranhos, saiu correndo e foi buscar abrigo na aldeia ao lado.

E ensinou a todos dessa outra aldeia que bebida azul, bom. Bebida amarela, ruim. Bebida amarela parece xixi. E se parece xixi não pode ser bom.

Os indiozinhos dessa aldeia pareciam mais sagazes que o da outra e logo compreenderam o que o jovem indiozinho lhes dissera.

Então, quando no dia seguinte, um homem branco chegou na aldeia oferecendo uma bebida de coloração amarela, nenhum indiozinho aceitou.

O problema foi quando duas horas depois, esse mesmo homem branco voltou à aldeia com outros vinte homens munidos de escopetas, fuzis e metralhadoras.

Pobres indiozinhos.
Foi um massacre.

Fim.

[Escreva sua moral da história nos comentários]


Escrito por Eduardo @ 12:01 AM, |

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O autor

Eduardo Carvalho

Essa imagem retardada aí do lado veio com o template. Em tese, eu deveria trocá-la por uma foto minha e colocar um perfil aqui - porém, isso dá uma certa mão-de-obra. Por conseguinte, essa porra retardada permanecerá aí do lado enquanto a preguiça não me permitir tirá-la. Portanto, provavelmente, até o fim do ano. De qualquer forma, não me incomoda muito. Enquanto isso, eu tenho que deixar um texto aqui enchendo linguiça, pra tentar preencher esse retângulo. Juro que fiz meu máximo.

Sobre o blog

Esse blog foi criado no início de 2003, há cerca de 6 anos atrás, quando eu era um pivete que nem sabia escrever direito ainda. Portanto, eu não recomendo os arquivos. Eu fazia piadinhas bobas e sem graça. Quanto ao nome, "Faz Sentido", refere-se á uma expressão que eu usava muito na época. Disso, eu não me envergonho tanto. Criar nomes para blogs não é fácil.

Duvida?

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